14 junho 2013

Nenhum momento seria o correcto.

Nem um só momento seria o correcto para perder alguém que se ama. 
E nem muito menos haverá momento algum para se escrever sobre ele. 
Simplesmente se devem viver, cada um dos momentos com a intensidade que a alma exige... E se um dia escrever, é só por desabafo. 

Reflectir sobre a doença de alguém, ainda que terminal ou incapacitante é duro. Mas humilde  e  egoistamente vive-se a presença, a vivencia desse alguém. Sofre-se em conjunto, olha-se e vê-se. 
Sem querer assumimos que essa é a actual presença que devemos aceitar e conviver.

Na distancia vives com essa experiencia mais do que com qualquer outra. Telefona-se e nem que seja por terceiros sabemos das novidades, do dia que foi, de como está. E qualquer coisa palpitante cá dentro melhora a sensação de saudade: sabes que está.

Mas há momentos... Como dizia, em nenhum caso correcto... 
Em que o que fica é só uma terrível ausencia.

Cobres tudo com as explicações mais sinceras que o coração pode encontrar: "É melhor assim.", "Agora está em Paz"... Só que essa ausencia fica-te. 

E é só com o tempo que revives os pensamentos e reconstituis essa memória quase perdida ou atordoada da pessoa ausente. 

É assim só que se sobrevive às tormentas do Não-Estar para sempre. 

Mas tenho saudades tuas. 

Agora, com os dias, sinto que o melhor que guardamos uns dos outros são os ensinamentos que directa ou indirectamente damos, porque sei que atraves deles vou sempre levar-te comigo.

E o mais curioso é que nunca te vi pretender ensinar nada a ninguém, no  entanto, foste das que mais me fez reflectir. Aprender a aprender de mim a través de ti. 

São estas coisas que plantam a noção de sorte que tivemos todos ao conhecer-te de perto. Todos vimos o teu exemplo incomparável em varios campos da vida. E tudo na familia se resolve falando com carinho. Tinha esse tom tão compenetrado na seriedade das coisas simples, porque são as importantes. 

Deixo o desabafo, por tanto. E respiro fundo outra vez. 

Obrigada por tudo TiAli. 



23 março 2012

Simplicidad de la verdad

Loco



Me prometí no emocionarme ...
pero al llegar a casa me he dado cuenta que no es fácil olvidarte ..
Olvidar la adrenalina de jugar con dolor,
desafiar al calor .. sexo sin amor.

Nunca es demasiado fácil ..
no es tan fácil aprender a esquivar esta emoción.

Me has vuelto loco ..
decirte que me ha encantado es poco,
nuestros impulsos en armonía ..
desembocaron en terremoto.

Me has vuelto loco
y cada beso se me hace corto,
las mil caricias del universo
penetran dentro .. y me vuelvo loco.

No es tan sencillo decirlo ..
sobretodo en estos años cargados de cinismo ..
Sería más fácil callarme ..
e intentar disimular si volvieras a llamarme.

Pero no tengo el control de mi destino,
no hay posibilidad de esconderme de mí mismo.
Si intento olvidarte empiezo a marearme ..
por eso .. ahora sé que es demasiado tarde.

Es demasiado tarde .. para intentar reprimir esta emoción ..

Me has vuelto loco ..
decirte que me ha encantado es poco,
nuestros impulsos en armonía ..
desembocaron en terremoto.

Me has vuelto loco
y cada beso se me hace corto,
las mil caricias del universo
penetran dentro .. y me vuelvo loco.

Loco .. me has vuelto.
Me vuelvo loco ..
Me has vuelto loco ..
Me has vuelto loco ..
Me has vuelto loco ..
Me vuelvo loco ..
Me has vuelto loco ..

13 fevereiro 2012

Puta libertad

Uma das coisas que mais significaram na história da humanidade acabou por ser, muito contra a vontade daqueles que se beneficiavam dela, a liberdade.
Essa entidade que nem sempre se sabe reconhecer, talvez, hoje, por ser diária, por viver, ela própria, tão dispersa não deixa já marcas da sua passagem porque é como se sempre tivesse estado.
Na vida, alguns de nós aprendemos a valorizá-la também mais do que outras coisas. Muitas vezes, no dia-a-dia, nem sabemos respeitá-la e é a bom custo que se medem os episódios de desrespeito, reconhecimento do erro e restauração... No fundo, a sua semi-transparência, é quem nos trama. No fundo ela é omnipresente e mais vale que lhe demos a omnipotência também já que de contrário ela sempre se manifesta contra nós...

No meio de tudo isto, a que vem, portanto, um título tão negro?

Quando a vida vai indo mais ou menos em conformidade com essa tal de liberdade, quando só pertences a ti e a mais ninguém (ou assim pensas), quando pensavas que tudo está onde deve estar... Eis se não quando aparece uma mudança qualquer nos planos do destino.
De repente (ou mesmo às vezes sub-reptíciamente) o teu futuro planta uma série de perguntas, que se transforma (quais borboletas) em escolhas que deves tomar e assinar em baixo com o teu próprio nome, mas que levam implícita a tua alma.

Simplesmente, nesses ditosos momentos, parece que à vida nada lhe serve: nem que respeites a liberdade tua e de todos os demais, nem que tenhas trabalhado para que nada disso fosse necessário nem que... NADA.... És tão exageradamente livre, que está tudo sob as tuas mãos... Ou nisso crês.

O que fazer? Não sei! Eis o que pretendo descobrir.
Mas ainda confio que no fundo esse tal de destino, ele que sempre me tinha dado uma mãozinha na ultima da hora, esteja ali comigo. Todos os demais, já haveis estado, cada um no seu papel, sempre para lá da linha dessa tal liberdade... Só que... Assim, de repente, o sentimento é de que a liberdade, no fundo é só aquela coisa que nos deixa tão sozinhos em nós mesmos que tudo o que faças passa a ser inteiramente teu.

Não dizem que o destino está escrito? Então faço minha a missão de encontrar tais palavras ou, confiar que de alguma estranha maneira posso seguir os seus desígnios sem erros de maior...


07 janeiro 2012

Primeiro pensamento do dia.

Saí à rua, depois de alguns dias confinada às minhas queridas paredes e aos meus lindos livros.

Vou introvertida por ainda não saber bem como interpretar a frescura de uma manhã tão bela.

E de repente cruzo-me com um senhor.

Primeiro pensamento:

"Rinofima+parotidas grandes+ aranhas vasculares+barriga grande....... Ah SEU BEBEDOLAAASS!"

E pronto raciocínio que no contexto que se leva, me fez rir sozinha pela rua fora...

06 janeiro 2012

Fix You


"When you try your best, but you don't succeed
When you get what you want, but not what you need
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?"

Fix you, from Coldplay.

E a continuação da letra dizia que a luz nos deve guiar a casa e é lá onde me sanas todas as feridas.

Eu pretendo que a simples resposta à ultima pergunta seja a solução per se:

" Sim. A vida pode sempre ser pior e ou se sabe avaliar o que se têm ou vamos eternamente mal gastar o que pode melhorá-la : o tempo. "

Viver como se a vida fosse tempo e tão só.

16 dezembro 2011

Quem me dera

Quem me dera, sentar-me aqui e continuar a culpar-te de tudo. Posso firmemente dizer até, que o faço regularmente para não perder de vista que os erros são de todos... E teus também.

Quem me dera que na realidade fossem as coisas do passado que hoje actuassem por mim. Vagas ideias desse Freud, que deixamos que justifiquem todos aqueles actos de que não queremos, sozinhos, ser responsáveis.

E quem me dera continuar assim. Sem que mais do que uma desculpa fosses, sem que significasses nada, como na verdade é.

Mas é tão mau sentar-me aqui e confrontar-me com a minha só ilusão, desacreditada por todos aqueles a quem a envio e nem sempre respondem como eu quisera.
É talvez difícil de mais crescer para além dos medos, aceitar-me assim como fiquei com tudo o que vivi, mas lembrar-me que cada dia me muda e que devo saber aceitar-me em cada nova condição.

Se os dias fossem para sempre iguais, não teríamos estações, e se os anos não passassem não viveríamos nunca. Quais fotografias encaixilhadas.

Quem me dera, e agora sim, ter coragem suficiente para saber o que quero em cada momento. Decidir tão pronta como astutamente. Mas ante tudo, ter coragem para me aceitar depois, diferente e ainda assim mais eu que antes.

08 dezembro 2011

Então foi quando apareceu o nevoeiro.

A memória tem destas coisas... Às vezes è demasiado caprichosa para deixar passar as coisas e outras... Outras vezes, há abertas que me deixam na paz de não passar inevitavelmente por ti.

Hoje era para ser parte do primeiro caso, mas entretanto, os caprichos dessa que é já parte de uma memória apenas tua, ganhou de novo vida. Não queria se não deixar tudo no nevoeiro em que tinha estado imerso até agora, mas a verdade foi que de novo o meu coração se lembrou.

Era tudo demasiado perfeito como para que outros braços me apertassem e não me fizessem sentir aquele dia. Fez, inclusive, aquele frio que nos envolvia, então, aos dois... E foi por isso que de repente estavas aqui de novo. Nem sei como te deixei regressar... Devia ter-te dado as costas antes que te colasses a mim, com aquele olhar tão como sempre teu, mas também meu e sem parar de ambos...

Seja bem-vindo, e no fundo sabes que já não te posso ver... Mas estou demasiado cansada hoje, não vou lutar contra tudo o que passou por nós. Não quero sequer que vás embora, agora que te sinto tão...Aqui de novo. Só peço que não te demores.

Dedicar-te-ei o melhor que deixaste plantado em mim, e bem sabes que é agora apenas e só o espaço que decidiste não ocupar, mas ainda teu.
Só que me tens que prometer que vais embora amanhã bem cedo. Não quero já ver-te no acordar de um novo dia.

E de todas as formas, para quê semelhante coisa? A que vieste?! Bom... temos o resto da noite para descobrir...